sábado, 16 de março de 2013

Dia Nacional da poesia



Dia Nacional da Poesia - 14 de março





Poesia é uma forma de se expressar e transmitir sentimentos, emoções e pensamentos.
Antigamente, as poesias eram cantadas, acompanhadas pela lira, um instrumento musical muito comum na Grécia antiga.
Por isto, diz-se que a poesia pertence ao gênero lírico.
O dia 14 de março é considerado o Dia Nacional da Poesia, pois foi nesta data que nasceu o grande poeta brasileiro Castro Alves.
Poeta romântico, Castro Alves morreu de tuberculose na capital baiana Salvador em 06 de julho de 1871, com apenas 24 anos.
Castro Alves escreveu obras clássicas como "Navio negreiro" e "Espumas flutuantes".

Assim trago este poema do Grande Castro  Alves em homenagem as mulheres

 Poema "As duas flores"

















São duas flores unidas
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo,no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.


Unidas, bem como as penas
das duas asas pequenas
De um passarinho do céu...
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar...
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas... Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!


                   Castro  Alves

Assim, celebrando essa data tão importante na formação de idéias,pensamento e sentimentos, eu fiz um apanhado da história da Literatura Celta,mas,particularmente, a poesia celta e sua construção histórica.

História da poesia celta



 A percepção moderna de que poesia é uma arte literária que desperta as emoções é válida, mas absolutamente insuficiente para descrever a poesia do ponto de vista celta. A palavra moderna 'poesia' vem do grego poiesis, que significa literalmente poder criativo. Pela poesia, cria-se o mundo. Eis a função do bardo na sociedade celta.
Assim como 'vates', o termo bardo é de origem celta e posteriormente é incorporado por outras línguas, sempre para designar um grande poeta. Mas seu significado varia muito entre as diferentes regiões celtas: se no País de Gales o Bardd é o grande poeta que desempenha funções de conselheiro dos reis galeses, na Irlanda o termo baird designa a mais simples graduação dentre os grandes poetas do sagrado: os Filidh.
O termo Fili (singular - plural Filidh) designa os grandes sábios da Irlanda que, através de seus versos e palavras, desempenhavam as funções de historiadores, cronistas e conselheiros, além de adivinhos. A arte dos Filidh é a FIlidecht - palavra que em irlandês antigo designa tanto a poesia quanto as artes divinatórias - como se vê, as funções se mesclam e formam um todo coerente.

                                                           Filidh
Numa cultura como a celta, em que não existem contratos escritos e o conhecimento deve ser transmitido oralmente, através da memorização da informação, é natural que a Palavra Falada tenha conotações sagradas. Isto é perceptível em outra característica marcante dos poetas irlandeses: a Sátira. Uma sátira é uma composição poética que tem por função destruir a reputação e a integridade de alguém que tenha cometido algum delito ou injustiça. Diz-se que o poder da palavra dos poetas irlandeses era tamanho que a vítima de uma sátira poderia desenvolver reações físicas - como pústulas no rosto - e até mesmo morrer.
Acreditava-se que os bardos irlandeses possuíam poderes sobrenaturais, de forma que uma sátira particularmente poderosa poderia matar sua vítima. Antes que julguemos isso como exagero, devemos pensar no poder da vergonha numa sociedade em que imagem era tudo - suportar a plena fúria pública de um bardo e as provocações dos que repetiam sua canção poderia levar qualquer um ao desespero, à doença ou mesmo ao suicídio.
- Philip Freeman
Mas por mais que seja formidável, a sátira não era a única força dos bardos, poetas e Filidh: também para o louvor seu conhecimento da Palavra era utilizado, em sagas, linhagens sagradas, narrativas míticas e relatos fantásticos que preservavam os feitos dos grandes heróis, as linhagesn dos reis, os segredos dos deuses. Mais uma vez citando Philip Freeman, "o louvor de um bardo era a forma de se obter respeito num mundo onde a honra era tudo. Sem as canções de um bardo, não havia como atingir o que os heróis gregos dos épicos de Homero mais ambicionavam: glória eterna". Já vimos acima que a glória - o reconhecimento social de valor, coragem e honra - era o mais importante bem que um celta poderia receber, e aos bardos era solicitado que compusessem odes louvando os feitos para que mais e mais pessoas soubessem do valor de um determinado indivíduo.

                                                          Poeta celta
A equação é simples: quanto mais honrosa a conduta de um guerreiro, nobre ou rei, mais louvado ele seria pelos poetas; quanto mais louvado ele fosse, mais conhecido seria da população; e quanto mais conhecido, mais respeitado por seus feitos. Imenso é o contraste com nossos dias e a ânsia moderna pela fama a qualquer custo, pelo poder a qualquer custo.


                                                                 Bardo
 
Pelo quanto exposto acima, parece seguro afimrar que bardos (Filidh na Irlanda), vates e druidas são subdivisões de uma mesma categoria, como as especializações modernas nas áreas do direito ou da medicina, por exemplo. O fato é que todas essas categorias eram tidas na mais alta estima e respeito na sociedade celta, pois deles dependia a preservação dessa sociedade.
Graças a autores clássicos como Posidônio, Julio César e muitos outros, é possível afirmar que os druidas, além de oficiar as cerimônias públicas e privadas, também atuavam como legisladores, poetas, professores, adivinhos, historiadores e conselheiros dos governantes. Uma sobrevivência bastante conhecida dessa multiplicidade de funções dos druidas pode ser identificada na figura do Merlin da literatura arthuriana medieval: Arthur é o grande rei mas, no fundo, deve tudo – educação, coroação e até mesmo sua concepção – ao ‘velho mago’. Eram os druidas a aconselhar os reis celtas sobre a melhor forma de se governar o reino e a tribo – sempre com justiça e visando a prosperidade de todos.

Poema celta de amor











 







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